quinta-feira, 28 de abril de 2016

late carnation

not the uproar
but your liquid
body dancing
electricity
over the
plum tree

they've all
shouted during
the riot,
stepping on
the corpses
of those who
whispered

over the dead
cold silence;
a ladder
of names
and other
useless words.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

esquadria terapêutica



a geometria da ausência
leva dentro a saudade
dos teus pés marcados
no cimento fresco.

o corpo urbanizado
e a voz arenosa
numa distância
que se mede em
passos de gigante
para lá da vernacular
vontade de silêncio. 

tenho uma lixa
cor-de-laranja
velha e rasgada
com que tento
remover a superfície
do coração encardido;
encarcerado.

as palavras são o
verdugo da circunstância
volátil; da beleza.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

corrupção de um operário

quando as duas mãos
se juntam em aplauso,
o ritmo desordenado
prova a insuficiência
estética da emoção;

um recorte no espaço
é o envelhecer
das horas que não
passam;


a memória como
um remendo
de feridas
que infectam
por dentro. 

sexta-feira, 8 de abril de 2016

brussels sprout

ever since
I was able to
talk and walk,
I have been
a god damn
dumb kid -
doing drugs,
drinking alcohol
and having highway sex
after another shot

every time 

I would meet
new people;
old corpses walking and
dancing like burning matches;
I would be asked
with that flaming
adult voice;
that pedophile
glamour:

what do you want to be
when you grow up ?

every time
ever since
I ran
away from
the fate of
dystopia
and stared
with that dusty look
of dementia;

I was expected
to grow up;
had to fit in
an adult coffin.