quarta-feira, 16 de setembro de 2015

literatura de garagem


a chávena partida;
a chaleira ao lume
com uma espécie
de carne a decompor-se
em banho-maria.
uma multidão de silêncio
e o espaço do desespero
ao centro;
numa arena de vidros
lascados e animais
ébrios de viver.
quando ainda
acreditas no amor;
e a luz que te
separa da escuridão
já só reflecte o peso
de uma vontade
de não ocupar
o espaço e o tempo
permanentemente;
quando dentro dos
olhos há uma memória
apenas de aves que
migram; de deuses
que vertem.
talvez seja tempo
de te vestires;
deixares um bilhete
rasgado com um
alfinete de dama.
um voto de pesar
pelo corpo
pós-moderno
de uma criança
a envelhecer.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

wonderland


it is the right time
to commit every
possible mistake.
and
it’s the ravel of
doing so;
the embarrassment of
drowning
impossibly that
postpones death
with awe.
not the falling of god
but its inability to
create without killing.
(an horror movie
so full of laughter
of joy
and hope, holding
my hand like a clown
holding a children
with a knife on the
chest)
I spend the night
writing short stories
about borders.
about god - demons -
mostly.
the best way to
explain that
while we say
I love you
we say
I’m sorry. 


the sound
of a tuneless
piano; a raft
to cross the
flames of peace;

and back again.